Tive o
maior orgulho em fazer essa entrevista com o famoso e polêmico MR.
Meu nome
é Marcio Luiz Domingues Rocha, mas os amigos me chamam de MR. Já os
inimigos, de um palavrão muito feio que não ouso repetir, já que
abomino o uso de palavras de baixo calão. Tenho 58 anos de idade,
formado em Pedagogia, com pós-graduação em Administração Escolar
e sou servidor concursado do TJRJ, lotado no Fórum Central. Minha
posição política é a mesma de Aristóteles, que disse “sejamos
amigos de Sócrates e de Platão, mais ainda, porém, da verdade”.
E a verdade é que todos esses miseráveis, que se denominam
políticos em nosso país, podem ser chamados de toda sorte de coisas
ruins, mas não podem ser chamados de políticos. Meu hobby? Sacanear
as pessoas (adooooorooooo!!!), mas com todo respeito.
1. Como
começou sua paixão pelo Tricolor?
R. First
of all, sou apaixonado apenas pela minha mulher, pelos meus filhos e
pelo meu daschund. Torço pelo Fluminense moderadamente, mas quando
ele perde um jogo, sinto ímpetos assassinos, se é que você me
entende. Quando eu tinha por volta de dez anos, nos idos de 1968,
assisti ao VT de um FlaxFlu. O framengo jogava com a sua tradicional
camisa de macumba e o Fluminense com a nossa camisa branca e
imaculada, a mais bonita do mundo. Chovia a cântaros no Maracanã e
o placar final acusou, se não me engano, 3x2 ou 4x2 para o Tricolor
das Laranjeiras, num jogo memorável. Dentre os jogadores em campo,
um se elevou entre todos os demais, o único cujo uniforme não foi
conspurcado pela lama das inúmeras poças do gramado castigado pelo
dilúvio. Ele flutuava, estava em todas as partes do campo, fazia
gols, driblava, passava a bola sem precisar olhar para ela, sempre
com a cabeça erguida para o ponto futuro, onde encontrava o
companheiro melhor posicionado. Não tinha um estilo de jogo: era ele
a elegância do jogo em forma humana. Tinha vários apelidos, dentre
eles o de Pelé Branco e o Rei da Catimba. Sim, eu torço pelo
Fluminense porque um dia, neste dia, eu vi jogar (e fazer
literalmente chover) esse gajo da camisa dez, de nome Samarone.
2.
Começou a frequentar o Maracanã com que idade?
R. Sou
torcedor de sofá, brother! Nunca fui a um jogo oficial no Maracanã.
Mentira! Fui a um único jogo, em 1976, um FlaxFlu, claro, a Máquina
contra os mulambos do então novel Zico. O Fluminense ganhou por 1x0,
gol do Paulo Cesar Cachaça, digo, Caju. Detestei a experiência da
arquibancada (muita gente suada, uma gritaria ensurdecedora, um calor
do c#ralho. Sou sensível demais para enfrentar isso!) e nunca mais
fui.
3. Qual o
jogo mais emocionante que você assistiu ao vivo?
R. Vide a
resposta acima. Não posso dizer que o jogo foi emocionante. Não
consegui ver os lances de perigo, porque quando aprendi que tinha que
levantar nesses lances porque todo mundo à minha frente levantava, o
jogo já estava a terminar. Não me emocionei, pelo contrário,
fiquei p#to, porque sempre os v#ados ficavam de pé: não vi o gol,
não vi os lances de perigo, enfim, foi um lixo.
4. O que
você tem a falar sobre a Máquina Tricolor?
R. Na
verdade, há duas máquinas diferentes: a de 1975 e a de 1976. A de
75 era superior. O Manfrini era o centroavante e formava uma dupla
inigualável com Rivelino. Por ter passado a jogar de costas para os
zagueiros, nosso camisa nove apanhava muito e vivia contundido. Em
76, Horta fez o troca-troca, mandou Manfrini para o Botafogo e trouxe
PC Cachaça e Marinho Pitu, dentre outros pinguços. Fortaleceu a
fama, mas enfraqueceu o conjunto do time. Mesmo assim, como a base de
75 continuou, fomos campeões cariocas de novo e voltamos a ficar no
mesmo lugar do brasileiro do ano anterior. Uma pena não termos sido
campeões brasileiros com uma das duas Máquinas. O Rivelino merecia:
ele era a alma das duas.
5. E
sobre o famoso gol de barriga de Renato Gaúcho em 1995?
R. Um dos
gols mais feios, talvez o mais ridículo, que eu vi em quase
cinquenta anos acompanhando futebol. Valeu pelo título carioca sobre
um rival que tinha um time superior e era favorito e só por isso tem
um valor imensurável. Mas o gol em si e seu autor, desculpem, não
valem a lembrança. Aliás, a exaltação dessa desgraça de gol pela
torcida tricolor, só confirma a crença que tenho de que ela é
formada, em sua grande maioria, de retardados mentais com problemas
de aceitação familiar.
6. O que
ficou depois da belíssima campanha do Flu na Libertadores de 2008?
R. A
certeza de que Renato Gaúcho entregou a rapadura para a LDU no
último jogo, ao determinar ao time que levasse o jogo para os
pênaltis, confiando em sua estrela, sua sorte. Se o Fluminense não
tem uma Libertadores em seu currículo, isto se deve principalmente a
Renato Gaúcho e seu cérebro de crustáceo, porque a de 2008 estava
ganha e ele a perdeu diante de um Maracanã lotado de tricolores.
7. Você
é conhecido nos blogs e sites por seu humor ácido, às vezes lhe
causando problemas. Algo a declarar?
R. Não.
Já basta o Imposto de Renda.
8. Já
sofreu alguma retaliação por causa de seus ditos engraçados como
ameba, mariquinhas e outros?
R. Não
porque amebas e mariquinhas não retaliam, eles formam uma longa fila
para me dar p#rrada e nela permanecem ad eternum. Não passam de
amebas e de mariquinhas, não necessariamente nesta ordem.
9. O que
você acha dos blogs e sites tricolores?
R. Salvo
raras exceções, são comentaristas de resultados, como a maioria
dos profissionais da imprensa que trabalham nesses programas de
debates esportivos. Fariam todos um grande favor ao engrandecimento
do futebol nacional e do Fluminense, em particular, se debatessem
suas cabeças contra as paredes, quinas de mesa, o chão ou qualquer
outro lugar duro (ai!) o bastante para rachá-las ao meio.
10. Fale
sobre a atual situação do Fluminense e sua esperança para o
futuro?
R.
Ímpetos assassinos me impedem de falar sobre a atual situação do
Fluminense. Quanto ao futuro, sorry, não há esperança.
11. Deixe
aqui uma mensagem para a torcida tricolor.
R. Vou
deixar duas mensagens, para homens e mulheres. Por uma questão de
cavalheirismo, às damas, em primeiro lugar: senhoras e senhoritas,
num jogo de futebol, é costume se acompanhar a bola, não o calção,
o torso ou as pernas dos jogadores. As novelas da Globo se prestam
melhor a isso! Aos homens e rapazes: gentlemen, num jogo de futebol,
é costume se acompanhar a bola, não o calção, o torso ou as
pernas dos jogadores. Deixem de ser v#ados!
Saudações Tricolores