O nosso entrevistado de hoje é o
Alberto Duvivier Ortenblad, conhecido como Alberto Tembo e para os tricolores
Duvivier. Ele nasceu em Boston em 1974 estando com 39 anos. Veio para o Rio de
Janeiro com 6 meses e depois foi “exilado” para São Paulo.
Ele é artista ( primo do Duvivier do Escada dos Fundos) e Educador, sócio da empresa Zebra5 – Jogo e Arte. www.zebra5,com.br.
Adora esportes, tanto para jogar como para assistir. Tem como hobby o aquarismo há mais de 15 anos.
E o Fluminense? Ah meus queridos, nunca duvidem do Fluminense! Nada de segunda pele. É a minha única.
Ele é artista ( primo do Duvivier do Escada dos Fundos) e Educador, sócio da empresa Zebra5 – Jogo e Arte. www.zebra5,com.br.
Adora esportes, tanto para jogar como para assistir. Tem como hobby o aquarismo há mais de 15 anos.
E o Fluminense? Ah meus queridos, nunca duvidem do Fluminense! Nada de segunda pele. É a minha única.
1) Quando percebeu que era tricolor ?
R - Em 1980, com 6 anos, me lembro de
assistir à final do Carioca entre Flu e Vasco. Tomei um baita susto com o
pessoal vibrando com o gol do Edinho, meu pai pulando e berrando GOOOOLLL! Ali
está minha mais remota lembrança concreta de um jogo do Fluminense.
2) Teve
influência da família?
R - Meu pai é Fluminense. Com certeza foi
essencial para minha escolha pelo querido pavilhão das três cores. Elas não
apenas traduzem tradição, mas a transbordam aos que são a elas apresentados.
Foi assim que meu pai me fez tricolor. Foi assim que fiz de meus sobrinhos
paulistanos tricolores. E foi assim que meu filho de 5 anos se fez Fluminense.
3) Como sendo paulista se tornou torcedor do Fluminense?
R -Cresci no Rio, de modo que quando me
mudei para Sampa, já era tricolor- o verdadeiro, diga-se de passagem. Com 6
anos, não havia mais risco de desvios. Consolidado a ponto de resistir aos
apelos e influências de amigos palmeirenses e são paulinos, principalmente. No
tricampeonato estadual e o brasileiro de 1984, fui à desforra! O Flu era o
maior do Brasil, e para uma criança de 10 anos, isso bastava!
4) Como seus amigos paulistas se comportam com a sua escolha
futebolística?
R -Como disse, tentavam em vão me demover da
idéia, um tanto excêntrica para eles, de torcer pelo Fluminense. Curioso é que
na minha classe havia um outro tricolor, o Alexandre Araújo Osório, hoje
radialista esportivo e ainda grande amigo. Então éramos 2 contra a rapa.
Atravessamos aquela horrorosa fase dos anos 90 juntos, irmanados pelo (muito)
sofrimento e pelas (poucas) alegrias. Aos poucos, os amigos aceitaram, e
inclusive adquiriram simpatia pelo Fluzão. Às vezes arrastávamos um ou outro
para ver algum jogo do Flu nos estádios paulistanos.
5) Qual seu ídolo(s) do passado e do presente
do FLU ?
R - Meus ídolos são estrangeiros: do grande
Romerito ao pequeno Conca. Excepcionais e comoventes jogadores: técnica e raça
correndo juntas.
Até hoje lembro da minha tristeza de
adolescente quando ouvi Paulo Stein, da extinta Manchete Esportiva, anunciar:
"Podem tocar as castanholas, Romerito acaba de ser vendido ao
Barcelona". Peguei raiva do Paulo Stein...
Vale também citar dois grandes zagueiros:
Edinho e Thiago Silva. Dois monstros tricolores de coração.
6) Qual o jogo mais emocionante que já assistiu e porque ele
te marcou?
R - Três jogos:
Flu 0 x 0 Vasco, final do Brasileirão de 84;
afinal, campeões do Brasil! É preciso dizer mais?
Flu 3 x 2 Vasco, quartas de final da Copa
Uniao, 1988. Eu com 14 anos, de férias, viajando, assisti a este jogaço pela
TV: www.youtube.com/watch?v=OfPkQWsdwRs
Flu 3 x 2 Flamengo, final do carioca de
1995: sobre este épico escrevo mais abaixo.
7) O que achou da volta do Conca?
R - Falar o quê do Conquinha? Apenas: seja bem
vindo de onde nunca deveria ter saído!
8) O que espera do Fluminense em 2014, depois de toda essa
confusão de cai não cai?
R - Ainda acho estranho toda a confusão com a
Lusa. Acredito que houve mutreta- a ser devidamente averiguado. Doa a quem
doer.
Em 2014, espero que joguemos BEM.
Principalmente. Anseio até mais por isso que por um caneco. Se este time jogar
como os que nos fizeram grandes - ou seja, como um verdadeiro time de
Guerreiros - não há quem segure. Temos jogadores muito bons!
Agora, um zagueirão bom cairia muitíssimo
bem neste elenco...
9) O que acha do projeto Sócio Torcedor?
R
- Os tricolores de todo o canto
que puderem, devem ajudar o clube. O maior patrimônio de um clube é sua
torcida, e clube e torcida devem se entender, ser permeáveis entre si. Crescer
juntos. Um clube dissociado da torcida é muito pequeno. Uma torcida distante
não existe de verdade. Então, entre erros e acertos, o projeto é essencial ao
clube.
10) O que acha do Marketing do Fluminense?
R - Vejo o setor de Marketing tentando agir,
como no projeto Tricolor em toda a Terra, e com ações que envolvem nossos
ídolos do passado. Mas a grosso modo, falta muita imaginação no futebol, campo
arraigado e um tanto retrógrado. As novas mídias da rede social (nem tão novas
assim) são ainda pouco exploradas. Mas vejo o clube tentando alguma coisa,
diferente da década passada.
11) Você frequenta a Sampa Flu?
R - Frequentei por um curto período. Havia
pessoas excelentes por lá, hoje não sei porque estou um pouco distante de SP,
vivendo em Jundiaí ( a cerca de 60 km da capital).
12) Conte alguma coisa interessante que tenha acontecido em
relação ao fato de você torcer pelo Fluminense.
R -Final do carioca de 1995. Saí de SP com
meu Uno Mille, no domingo, com 2 amigos - um deles o Osório, tremendo pé-frio
tricolor. Sempre que ia a um jogo decisivo com o Osório, o time tomava paulada.
Uma vez chegamos a encontrar um conhecido na entrada do Maraca. O sujeito, ao
vê-lo, gritou: "Não, você veio! Agora não tem jeito, o Fluminense vai
perder! Por que você veio...?!". O sujeito, ANTES do jogo, já estava quase
chorando... e dito e feito, perdemos a final para o Vasco, no ano da morte do
Denner.
Em 1995 era a hora da virada!! Desta vez
ninguém segura, eu pensava. Mas, traumatizado, eu seguia com uma ponta de
dúvida...afinal, a meu lado estava o Osório.
Dois a zero no Flamengo e até o Márcio Costa
jogando o fino. Pelo visto, era hora de enterrar a sina de pé-frio do Osório e
a década mais horrorosa do Fluzão.
Mas nunca é fácil. Nunca. E veio o 2x1,
expulsão pros dois lados. Bom, perdemos o Sorley e eles o Romário. Jogo
tenso.
E então ouvi o maior silêncio da minha vida.
Gol do Fabinho ( acho que o único da vida dele.) Empate do Flamengo. Fiquei
congelado por 5 segundos, fora do mundo. E então ouvi uma onda enorme,
avassaladora. Um tsunami no Maracanã, que era majoritariamente deles.
Os piores pensamentos vieram. "Eu
sabia, não deveria ter vindo! Quem pode ganhar com esse time? E o Lira foi
expulso, FDP irresponsável!!! Vou ter que voltar pra São Paulo hoje. Não
agüento mais..." mas num momento de lucidez, a despeito de tudo, eu me
lembrei com muita raiva do motivo da derrota.."o Osório...".
E então ocorreu o maior momento tricolor,
que nos permitiu vencer o Flax Flu do século: O OSÓRIO SAIU DO ESTÁDIO. Amargurado
com o empate que dava o título ao Flamengo, ele se retirou em momento de auto-flagelação. Confesso que estava na rampa, tentando
recolher os amigos para voltar para Sampa, quando ouvi os gritos de gol. De
quem? Alguém, erroneamente, me informou: do Ézio ( bem que o super merecia, mas
foi a santa barriga do Renato). Saí correndo feito um louco, voltei à
arquibancada para ver o jogo mais épico do Maracanã.
Ou não foi, meus amigos?
É claro que o Osório tem outra versão. Diz
que começou uma oração histórica nos arredores do Maraca, blá, blá, blá.
Mas basta o que sei: se ele não saísse,
nunca teríamos este título na nossa Sala de Troféus.
E fim de papo.
13) Deixe uma mensagem para a torcida tricolor espalhada pelo
Brasil e pelo Mundo.
R - Somos o maior patrimônio deste clube.
Estejamos à altura dele, como na Libertadores de 2008 e na arrancada de
2009. Inesquecíveis anos em que a torcida brilhou irmanada com o time.
SAUDAÇÕES TRICOLORES
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Fantástico, Nelsão.
ResponderExcluirGraças à sua entrevista, sabemos o real motivo do título de 1995.
Duvivier, mande um forte abraço pro Osório hahaha e outro pra você, é claro.
Bela entrevista.
ST
Chico Buarque e vc Betinho são o que ha de melhor no Flu
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